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sábado, 11 de janeiro de 2014

Impressões... Expedição Patagônia dez.2013

Galera, hoje vamos contar como foi nossa expedição para a Patagônia

Neto Madureira é o autor deste texto que dará dicas, contará como escolhemos o carro para ir, como fizemos com a bagagem, hotéis, enfim... um pouquinho de nós no Fim do Mundo....

Boa leitura... e quem sabe.... boa expedição futura....


PATAGÔNIA....

Vamos ao fim do mundo? Esta pergunta me assustou de início e com esta sensação de medo e ansiedade começamos o projeto de conhecer "el fin del mundo". Já tínhamos conhecimento da extensão de nosso continente e mais ou menos onde começava e onde terminava.

Mas há alguns anos li um livro de Amyr Klink e conheci Ushuaia. Neste mesmo livro também li a seguinte frase do mesmo autor: "Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.

Isso nos ascendeu uma chama e as ideias começaram a brotar para um dia realizar este desejo que emanava em nossas mentes.

Assim em Dezembro de 2013, conseguimos realizar este tão acalentado sonho e é sobre isto que vou escrever um pouco.

No decorrer dos preparativos, li e ouvi muitos relatos sobre viagens a Argentina, o temido rípio, policiais corruptos e etc. Em nossa viagem e só posso dizer por ela, TUDO BOBAGEM.

Após alguns pequenos percalços, saímos de Sorocaba-SP no dia 5 de Dezembro sob uma chuva muito forte já no final da tarde. Assim paramos em Itararé para pernoitar e no dia seguinte seguimos para a tríplice fronteira BRASIL-ARGENTINA-PARAGUAY. Atravessamos a fronteira, após ir conhecer o Parque Nacional das Cataratas e ficamos em Puerto Iguazu-AR.





A primeira dica, leve seu passaporte, pois facilita muito os trâmites nas travessias de fronteira. Nesta viagem foram 7 vezes. Infelizmente levamos somente os RG´s e tomamos muita canseira devido a necessidade de preenchimento de papéis. Não se preocupe, sim é possível viajar somente com o RG mas como disse é mais cansativo.

Apesar de nos prepararmos muito para esta viagem, não tínhamos nenhum hotel reservado e nenhuma cidade objetivo a não ser USHUAIA. E assim começou nosso primeiro dia na Argentina. Saímos cedo de Puerto Iguazu (aliás em todos os dias saímos bem cedo para aproveitar a claridade) com o propósito de rodar até aproximadamente 17:00h e assim foi.  Assim que saímos, comecei a rodar dentro dos limites de velocidade das placas morrendo de medo dos famosos policias corruptos e das ditas experiências lidas e ouvidas. Percebi que era o único tonto respeitando estes limites e passei rapidamente a acompanhar o ritmo dos demais.



Já neste primeiro dia na terra do "hermanos" pude perceber que dirigir por lá é exatamente igual ao resto do mundo. Mantenha-se num padrão normal de velocidade e atitudes que não deverá ter problemas com a polícia. Uma outra coisa, não existe corrupto se não houver corruptor. Se você fez alguma coisa errada, assuma de primeira, peça desculpas e diga que está a disposição para pagar qualquer multa que seja devida. Não tente dar um jeitinho brasileiro. Isso só prova que você é corruptor e então o policial pode se tornar um corrupto ou não e aí sua casa vai cair!!

Mais uma dica, saber espanhol não é obrigatório mas ajuda nas conversas de um modo geral. Falar ao menos o básico a língua do país que você está visitando, mostra um pouco de respeito e interesse em seus costumes. Mas se falar um portunhol ou mesmo o português lentamente eles conseguem nos entender.

No fim do dia estávamos próximo de Gualeguaychu e esta foi nossa segunda parada. Cidade pequena mas muito bem estruturada que faz divisa com a cidade de Frai Bentos - UY.
Dia seguinte, saímos cedo e rodamos aproximadamente 800km e chegamos a Bahia Blanca. Também uma cidade pequena mas com estrutura muito boa. Hotel, comidinhas e cama.
Acordamos cedo e pegamos estrada, a propósito cabe aqui o primeiro comentário sobre abastecimento. Gasolina na Argentina é nafta. Não há etanol e diesel é gasoil. Existem carros comuns que rodam com diesel por lá e não só pickups e SUV´s, então atenção a isso. Peça sempre Nafta ou se for o seu caso, GNV também existe. Rodei toda a viagem com o que eles chamam de super que pra nós é a comum e meu carro foi super bem!! Neste dia rodamos aproximadamente 1150km e chegamos em Comodoro Rivadavia. Cidade portuária, muito bonita, não muito grande e com ótima estrutura. Mais uma vez, encontrar hotel, comidinhas e cama.

Um pouco das grandes distâncias. É preciso gostar de dirigir!!











Chegada em Comodoro Rivadavia. 21:00h e o sol ainda estava lá!!



Já estávamos em terras patagônicas e as paisagens haviam mudado muito em relação a região próxima ao Brasil e Uruguay e também Buenos Ayres. Grandes retas, grandes planícies e grandes distâncias. Não deixe de abastecer seu veículo a cada 300km ou quando ele estiver próximo ao meio tanque. Depois de rodar aproximadamente 800km neste dia, paramos em Rio Gallegos. Esta parada é estratégica. A partir daqui são só aproximadamente 550km até Ushuaia mas temos que atravessar o Estreito de Magalhães por balsa e as fronteiras do Chile e Argentina duas vezes. Isso normalmente leva o dia inteiro.

Um pouco do que vimos pelo caminho








No dia seguinte, saímos cedo, abastecemos e seguimos rumo Sul. Ainda próximo a Rio Gallegos, atravessamos a primeira fronteira Argentina-Chile. Já em solo Chileno, chegamos no estreito, esperamos aproximadamente 1 hora e entramos na balsa. O pagamento da balsa é feito dentro dela após embarcado e eles aceitam reais, pesos argentinos e chilenos. Senão me engano também aceitam dólares. Aqui cabe outro comentário sobre qual moeda usar e cartões aceitos. Comprei pesos no Brasil (me arrependi pois a taxa é melhor lá e achei melhor sacar dinheiro por lá mesmo) e levei cartões de débito e crédito ambos internacionais. Avisei ao meu gerente sobre a viagem e ele fez as autorizações necessárias no sistema. A grande maioria dos postos de combustíveis (lá se chama "estación de servicio") aceitam cartões e procurei abastecer sempre nos postos YPF. Muito eventualmente e dentro das cidades (nunca aconteceu na estrada) houveram situações de ter acabado o combustível mas o caminhão já estava no posto ou chegando. Era esperar um pouco ou ir pro próximo. Tenha sempre em mãos um pouco de pesos para eventuais postos que não aceitem cartões.

Após a saída da balsa, encontra-se o famoso e temido rípio. Ridículo. São estradas de terra muito melhor que muitas estradas asfaltadas brasileiras, porém com uma observação. São estradas com muito, mas muito cascalho o que as torna muito escorregadias e é muito fácil levar uma pedrada de um carro ou caminhão que você cruze na estrada. Alguns motoristas mal educados andam em velocidades maiores e provocam arremesso de pedras. Li num relato e este valeu a pena. Quando vir um carro de frente, simplesmente comece a ziguezaguear na frente dele ou mude pra pista dele. Ele vai diminuir. Funciona mesmo!! hehehe!!!

São aproximadamente 120km por estas estradas de terra a chega-se novamente a fronteira agora no inverso Chile-Argentina. A partir daí, começam estradas mais sinuosas, com vistas simplesmente magníficas e vimos os primeiros picos de neve. Chegamos em Ushuaia por volta das 16:00h com um sol maravilhoso.


Estreito de Magalhães





Os primeiros picos nevados




Chegada em Ushuaia. A sensação de objetivo cumprido. Sem palavras!!!!


Imagens de Ushuaia, Parque Nacional Del Fin del Mundo e o primeiro contato com a neve:


































Três dias se passaram e Ushuaia tinha que ficar pra trás. Partimos com o corpo mas Alma e Coração estarão sempre lá. Novamente saímos cedo com destino a Rio Gallegos. Todas as travessias novamente e chegamos no fim da tarde. Hotel, comidinhas e cama. Dia seguinte, saímos cedo com destino a El Calafate para conhecer o Parque Nacional dos Glaciares e o famoso Glaciar Perito Moreno. Também um lugar mágico e fascinante.

Todas as fotos você pode ver no meu facebook. Acessa lá, procura por Neto Madureira. Este álbum é público.

Dois dias depois saímos com destino a Puerto Madryn e a Península Valdéz. Este era nosso segundo objetivo. Ver os Pinguins de Magalhães, as Baleias Franca e mergulhar com Lobos Marinhos. Mais dias maravilhosos, sensações indescritíveis e mais uma vez objetivo cumprido.























Infelizmente era hora de começar a voltar pra casa. Depois de três dias em Puerto Madryn, deixamos a cidade e a Patagônia. Este é um lugar mágico. Os momentos vividos nesta viagem mexeram com nossos ideais de vida. Nada mais será como antes.

Saímos cedo, rodamos até a cidade de Azul, próximo a Buenos Ayres. Hotel, comidinhas e cama. Dia seguinte, seguimos rumo a Gualeguaychu, atravessamos a fronteira com o Uruguay e seguimos até a capital. Havíamos conhecido Montevidéo no ano anterior numa outra viagem e queríamos almoçar no famoso mercado do porto. Dois dias na capital, almoço concretizado e partimos rumo ao Brasil. Passamos pelo extremo sul do Brasil, em Chuí. Ponto registrado e seguimos rumo Porto Alegre. Pernoite em Osório-RS e finalmente último dia de viagem, dia 24 de Dezembro, chegada em Sorocaba.

O que posso resumir é que a maioria das coisas que li eram bobagens. Viagem tranquila, sem problemas. Qualquer carro em boas condições e com uma boa revisão pode fazer esta viagem. Não tivemos nenhum contratempo com o carro, com a polícia ou outra bobagem qualquer. 12890km depois, estamos em casa e loucos para ir novamente. A próxima já está nos planos. Logo logo estamos na estrada novamente!!!

Neto Madureira

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